19. O primeiro álbum que você comprou ou ganhou
Tenho 99% de certeza de que o primeiro álbum da minha coleção foi Sonho Azul (1997), de Sandy & Junior, a dupla mais amada deste Brasil; Eu era muito fã dos irmãos, que foram também a minha primeira obsessão musical. Infelizmente, por mais que me esforce, não consigo me lembrar exatamente quantos anos eu tinha quando escutei Sandy e Junior pela primeira vez, mas sei que foi o vinil (!) de Sábado à Noite (1992) da minha prima - depois ela acabou me dando, de tanto que eu escutava. Mesmo gostando das músicas deles desde muito pequena, só fui adquirir (leiam: ganhar de presente dos meus pais) um CD da dupla quando tinha sete anos e me lembro até hoje de toda a situação envolvendo a compra.
A gente estava no litoral, passeando e tomando sorvete, quando entramos em uma loja de CD (saudades das lojas de CD) para comprar um disco de alguma das duplas sertanejas que integravam os Amigos e que a minha mãe queria muito. Enquanto meus pais conversavam com os atendentes, lembro de ter visualizado uma seção infantil, na qual estavam os discos de Sandy e Junior. Não lembro se pedi, ou se estava muito na minha cara, mas meu pai entendeu o recado e disse que tudo bem, eu podia levar um, mas só um, pois CD era muito caro. Aquela foi uma das primeiras vezes em que precisei fazer uma escolha difícil: a capa do Dig-Dig-Joy (1996) era linda, toda cheia de flores amarelas e eu conhecia as músicas; mas o Sonho Azul (1997) era o disco novo e com a exceção de Beijo é Bom, cuja performance eu tinha assistido no Bom Dia & Companhia, era um grande e enigmático ponto de interrogação. Por um lado, havia o frescor da novidade, e por outro, a possibilidade de detestar tudo e ter que escutar mesmo assim para fazer o dinheiro valer a pena. No fim, acabei levando o Sonho Azul tendo como justificativa a nada nobre vantagem de poder me exibir para uma amiguinha do condomínio que sempre tinha os discos da dupla antes de todo mundo.
Perdi as contas de quantas vezes escutei o álbum durante aquele ano e nos anos que se seguiram até a minha adolescência. Creio que de toda a discografia da dupla, Sonho Azul tenha sido aquele que mais reinou no topo de discos preferidos e até hoje consigo compreender o porquê de isso ter acontecido. Não vou mentir, estava com medo de revisitá-lo antes de escrever o post, mas decidi arriscar mesmo assim e que bom que o fiz. Ainda que o disco seja um recorte bem específico da segunda metade dos anos 1990 e reflita sensações adolescentes - completamente justificável, se considerarmos que na época Sandy e Junior tinham 14 e 13 anos, respectivamente -, é um trabalho que envelheceu relativamente bem.
Entre as faixas que são gostosas de escutar, ainda que definitivamente pertençam à uma caixa de recordações, destaco as divertidíssimas Beijo é Bom e Eu Acho que Pirei. Ambas trazem aquele misto de anseio e ingenuidade típicos das primeiras experiências românticas vivenciadas na adolescência. Ilusão e Sonho Azul também trazem um pouco dessa sensação, mas por sempre tê-las considerado um tanto melancólicas, não escutava muito e não tenho muitas memórias afetivas com elas. Felicidade como for, Não Abuse de Mim e Mais um tempo para crescer foram faixas que ganharam um novo significado desta vez, já que no auge dos meus sete anos, tinha um total de zero maturidade para compreender a existência de amor próprio e a noção de que há um tempo certo para tudo. Pega Na Mentira e Cê Tá Queimando Meu Filme são as faixas mais "raivosas" do disco, nas quais os irmãos mostram algum tipo de indignação. No primeiro caso, os irmãos chamam atenção para as mentiras que vemos por aí e, ainda que de forma boba, explicam que isso é errado - vale lembrar que eles tinham um público infantil também, né? Já no segundo, Junior está pistola porque tem um outro cara atrapalhando os seus planos e só quer que o sujeito cuide da própria vida. Acho válido ressaltar que aqui temos palavrão censurado com um piiiiiiiiiiiiiiiiii.
Entre as faixas que são gostosas de escutar, ainda que definitivamente pertençam à uma caixa de recordações, destaco as divertidíssimas Beijo é Bom e Eu Acho que Pirei. Ambas trazem aquele misto de anseio e ingenuidade típicos das primeiras experiências românticas vivenciadas na adolescência. Ilusão e Sonho Azul também trazem um pouco dessa sensação, mas por sempre tê-las considerado um tanto melancólicas, não escutava muito e não tenho muitas memórias afetivas com elas. Felicidade como for, Não Abuse de Mim e Mais um tempo para crescer foram faixas que ganharam um novo significado desta vez, já que no auge dos meus sete anos, tinha um total de zero maturidade para compreender a existência de amor próprio e a noção de que há um tempo certo para tudo. Pega Na Mentira e Cê Tá Queimando Meu Filme são as faixas mais "raivosas" do disco, nas quais os irmãos mostram algum tipo de indignação. No primeiro caso, os irmãos chamam atenção para as mentiras que vemos por aí e, ainda que de forma boba, explicam que isso é errado - vale lembrar que eles tinham um público infantil também, né? Já no segundo, Junior está pistola porque tem um outro cara atrapalhando os seus planos e só quer que o sujeito cuide da própria vida. Acho válido ressaltar que aqui temos palavrão censurado com um piiiiiiiiiiiiiiiiii.
Passemos agora para aquelas que não contaram com a gentileza do tempo. Quando falamos de repertório de Sandy e Junior, não podemos nos esquecer das icônicas versões brasileiras para hits internacionais. Algumas deram muito certo e outras não poderiam dar mais errado. É o caso de Como Eu Te Amo (I Will Aways Love You - sim, aquela da Whitney Huston) - que nunca soou bem e hoje soa ainda pior - e Little Cowboy, que tenho certeza de que os irmãos devem fingir que nunca aconteceu. Bee Gees Medley não é necessariamente ruim, mas também não é excelente e, sinceramente, não entendo muito o porquê de estar no álbum. Acho que Pomponeta dispensa comentários e basta saber que é uma Dig-Dig-Joy menos impactante.
Por fim, aquela que é a melhor faixa do disco e, sem sombra de dúvidas, o seu maior legado: Inesquecível. Considerada por muitos fãs como uma das melhores músicas da dupla (e do pop nacional, na minha opinião), aqui temos um bom exemplo de versão brasileira que funcionou super bem. Tão bem que a própria Laura Pausini elogia e de vez em quando canta com a Sandy em encontros promovidos pelo Faustão. O que mais gosto em Inesquecível é o quanto ela soa atemporal, de forma que poderia ser facilmente incorporada nos repertórios de shows da carreira solo da Sandy para sempre.
Por fim, aquela que é a melhor faixa do disco e, sem sombra de dúvidas, o seu maior legado: Inesquecível. Considerada por muitos fãs como uma das melhores músicas da dupla (e do pop nacional, na minha opinião), aqui temos um bom exemplo de versão brasileira que funcionou super bem. Tão bem que a própria Laura Pausini elogia e de vez em quando canta com a Sandy em encontros promovidos pelo Faustão. O que mais gosto em Inesquecível é o quanto ela soa atemporal, de forma que poderia ser facilmente incorporada nos repertórios de shows da carreira solo da Sandy para sempre.
Hoje penso em Sonho Azul com o mesmo carinho com que penso nas minhas Barbies e clássicos Disney preferidos. Foi uma parte importante do meu passado (especificamente da infância) e crucial para a minha formação. E ainda que não consiga encaixá-lo na trilha sonora da minha vida atual, gosto de pensar que assim como ocorre quando vejo fotografias antigas, Sonho Azul sempre irá aquecer o meu coração e me transportar para uma época mais tranquila e sem preocupações, na qual sonhar era o bastante.